Naquela tarde chuvosa de domingo, ela recostou a cabeça no sofá da sala e seu pensamento se perdeu no tempo. Aquilo não era novidade prá ela... Era sempre assim, em todos os momentos era assim... quando estava sozinha, quando estava com alguém... sempre, alguma palavra, alguma lembrança, sempre voltava ao pensamento. Estava ali presente, era sempre assim em qualquer circunstância. Talvez ela não fizesse muito esforço para esquecer; afinal, era aquilo que a mantinha viva. Era aquilo que a mantinha presa àqueles sentimentos passados do qual, ela não queria esquecer. Aquilo preenchia o seu tempo, preenchia a vida tão vazia que agora ela tinha. Aquelas memórias, aquelas lembranças eram o único elo que lhe davam a certeza de pelo menos uma vez na vida, ter vivido uma louca, uma inebriante, uma inesquecível paixão. Aquelas lembranças lhe traziam fôlego, lhe traziam renovo... era o combustível que ela precisava para continuar vivendo...
Marici França (09 de janeiro de 2008)
