Pois bem... aqui estou! A vida me desafiou e eu ganhei este jogo. O jogo da vida. Quando o destino jogou na minha cara que eu não era capaz, e que todas aquelas lutas me levariam ao nocaute; não aceitei esta previsão. Não! Não era possível que as derrotas seriam maiores que a minha ânsia de vencer. Eu estava ali, ali à frente do embate e não podia recuar. Algumas pessoas dependiam de mim, eu precisava ser o escudo da fragilidade delas... Mas e eu? Quem seria o meu socorro? Quem me daria colo? Quem seria o meu suporte, quando eu só queria jogar a toalha e entregar os pontos? Só queria me dar por vencida, correr para o meu quarto e chorar. Mas dei a cara a tapas! Não permiti que o meu caos interior fosse motivo para desistência. Não! Não permiti! Busquei a minha fé então adormecida, escondi minhas fraquezas, me revesti de couraça de ferro e fui atrás. Fui atrás da vida que me havia sido negada, e decidi que eu, que eu seria a dona da minha história. Passei anos me reconstruindo, catando os meus próprios cacos que foram ficando perdidos no caminho; e talvez até, não tenha ficado um belo trabalho, nesta colagem de mim mesma. Mas foi o meu melhor! Eu não aceitaria continuar sendo metade. Eu tinha que sair inteira deste embrolho. Inteira, refeita e feliz. E saí!!! Hoje quando me olho, não vejo mais o frescor da juventude, da imaturidade inerente à idade. Do senso de responsabilidade da filha, esposa e mãe. Não vejo mais as incoerências de quem só tinha um desejo na vida: ser feliz a qualquer preço. Eu pagaria qualquer preço para conseguir este patamar. E ao findar destes anos todos que passaram por mim, a vida me deu o meu melhor troféu. O troféu de vencedora! Eu ganhei! Eu venci! E a mulher que me tornei só me envaidece. Uma mulher que adquiriu o direito de ter as rédeas de sua vida em suas mãos, e deste privilégio obtive a melhor condecoração: a paz, a tranquilidade e a integridade de ser coesa em minhas prioridades, em minhas decisões. E deste direito não abro mão nunca mais! A transformação e recuperação de ver retratada em minha história, só me enchem de orgulho. Tenho as cicatrizes no corpo, no rosto, na alma e nas mãos, mas elas só dizem quem sou! Sou a minha melhor versão!!!
por Marici França, 30 de janeiro de 2021 às 15 horas
Comments