Lygia Fagundes Telles partiu ontem...
Acho que os poetas morrem só no corpo. A sua alma continuará viva em suas memórias que ficarão em palavras.
A vida dos poetas é mesclada de encantos e fragilidades, de imprevistos e coincidências (morreu no mesmo mês de seu nascimento)... provavelmente essa é a vida de muitos; porém, só os poetas sabem trazer o encanto poético às situações corriqueiras ou extraordinárias de suas vidas. Falam com a alma, falam da alma, em metáforas ou realidades, mas sempre prevalecendo sua verve poética.
Nem sempre são reconhecidos. Muitos nem esperam por isso... muitos terminam suas vidas na miséria; Mário Quintana morreu assim, despejado e morando de favores.
Outros passam por momentos trágicos: Clarice Lispector perdeu a casa e quase a vida, em um incêndio em sua casa.
Ainda assim, creio que a maioria faria tudo de novo; afinal, a pessoa não escolhe ser poeta, ser escritor, por profissão. 'Não há curso superior exigido para que alguém descreva com beleza, sentimentos; pode sim, ter uma formação na área de Humanas, por exemplo, em Letras, só para garantir um melhor desempenho' - (consulta no Google).
Porém, descrever sentimentos em palavras escritas, acontecem assim, inesperadamente... Sem dia, nem hora marcada. As palavras vão vindo sem controle, num derrame incontido de sentimentos, emoções e sensações e a "gente" escreve. Afinal, escrever assim, é falar com a alma e a alma ninguém controla... só Deus! Penso ser isso, um presente de Deus.
Por Marici França
Commentaires