Então combinamos assim: "você não solta a minha mão, e eu não solto a sua!" Este foi o nosso trato, o nosso pacto! Sabíamos que juntos, de mãos dadas, enfrentaríamos o mundo. Aquele mundo que nos proibia, que nos segregava. Éramos proibidos... Vivíamos o nosso amor bandido. Encontros fortuitos no fim da tarde, longe dos olhares conhecidos, das pessoas malidicentes. Ali longe de tudo e de todos, o mundo era só nosso.
Planos velados, tempo incerto, realidade utópica. Este era o nosso cenário. Assim era a nossa vida agora. Só o que nos tinha sobrado, de tudo o que nos foi roubado.
Mas eu não reclamava, era assim que eu te aceitava... Sabia que naquele momento era só o que podia me oferecer e eu era feliz. Era feliz te vendo, feliz ao meu lado.
Numa noite inesquecível, segurei forte suas mãos e te propus este acordo: "Você não solta a minha mão e eu não solto a sua!"
Se você ficar comigo, eu fico até o fim. Se você me levar embora, eu vou sem destino, seguindo o seu voo. Então não me solte! Não me perca mais de você. Não deixe que nada nos consuma, nos afaste, nos maltrate, nos mate... Porque você sabe, você sabe que sem você, eu morrerei. Talvez naõ morra de vida, mas morrerei de tristeza, de solidão ou de inanição. Então fica... Fica comigo, que com você eu vou até o infinito!"
E hoje, passado tantos anos, não te tenho mais, no entanto, nossas mãos, embora separadas, permanecem assim, unidas, ligadas...
E quando nada mais restar de nós dois, ficará a nossa história. Um dia, alguém falará sobre a nossa história e dirão: "Um amor de almas gêmeas... almas algemadas... até... até a eternidade!"
Por Marici França, 31 de março de 2022, às 22 horas e 14 minutos
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